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Foto: Divulgação

“Eu nunca imaginei que iria enterrar meu pai desse jeito”. A fala é da estudante de medicina Alícia Carianha. Ela perdeu o pai, o feirante Adailton Carianha, nesta terça-feira (09), em Salvador. Pressionado por dívidas e sem poder trabalhar por causa das restrições impostas na Bahia, Adailton não suportou a pressão.



“Eu fiquei sabendo pela manhã, era umas 7 horas quando me ligaram e pediram urgentemente pra eu ir para a casa da minha avó (que era onde ele morava), até então eu não sabia o que estava acontecendo, mas algo dentro de mim tinha certeza que era meu pai, eu não consegui sair de casa, fiquei desesperada ao ponto de ter outra pessoa para me levar”, contou Alícia, em entrevista ao Política ao Vivo.

O sepultamento de Adailton acontece nesta quarta-feira (10). Sua morte comoveu milhares de pessoas que o conheciam. Ele era um conhecido comerciante da Feira de São Joaquim. “Ele tinha o famoso Feijão do Papada, desde quando fundou a Feira, muito mais de 30 anos atrás, era o negócio do meu avô e passou pra ele. [Era] muito famoso na feira e todos conheciam”, citou Alícia.

Quando se deparou com a notícia do pai, a estudante de medicina desabou: “Eu nunca imaginei que iria enterrar meu pai desse jeito. Foi o pior dia da minha vida”.

Adailton deixou uma carta, em que cita as restrições que impedem o funcionamento de serviços considerados não essenciais pelo menos até o próximo domingo (14).

Durante a pandemia, os comerciantes e microempreendedores foram alguns dos setores mais atingidos economicamente. Entre os motivos, estão as medidas de restrição, que são consideradas necessárias pelas autoridades para evitar um colapso na saúde. Adailton morava no bairro da Liberdade, mesmo bairro onde nasceu o governador Rui Costa.

“Está sendo muito difícil ir enterrar meu pai. Não dormi, com o celular na mão esperando ele me ligar e dizer que é só uma brincadeira e que tudo vai ficar bem”, completou a jovem.





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