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Por: Cássio Moreira
Grupo que comandou a Bahia por décadas, o carlismo, liderado por Antônio Carlos Magalhães (M.2007), voltou ao poder pelas mãos do seu líder maior em 1990, após o ex-ministro vencer Roberto Santos (MDB).
ACM havia sido governador da Bahia por duas oportunidades. A primeira entre 1971 e 1975. A segunda entre 1979 e 1983; ambas de forma indireta por causa da ditadura militar. Nesse espaço de tempo, outro nome da extinta Arena, Roberto Santos, governou o estado, mas longe das amarras carlistas. Na primeira eleição direta para governador, em 1982, ACM fez João Durval seu sucessor. Em 1986, entretanto, o grupo sofreu um baque.
Escolhido para suceder João Durval nas urnas em 1986, Josaphat Marinho falhou na missão. Os esforços de Antônio Carlos Magalhães e seus aliados foram em vão, já que o ex-ministro da Previdência, Waldir Pires (MDB), impôs uma derrota histórica ao grupo. Waldir, porém, não terminou seu mandato para ser vice na chapa presidencial encabeçada por Ulysses Guimarães, deixando Nilo Coelho no posto.
O desgate do governo Nilo Coelho abriu brecha para a volta do carlismo. ACM se candidatou ao governo com o mote de salvar a Bahia do descaso, unindo uma estética que saudava a cultura baiana sertaneja, traços do recôncavo e uma forte relação com as crenças religiosas do estado.
Na mesma eleição, ACM lançou o jingle ‘ACM, meu amor’, um dos maiores clássicos da política brasileira, explorando a nostalgia de que havia vivido seus dois primeiros governos.
O desafio era grande, já que do outro lado o candidato era o agora emedebista Roberto Santos, também ex-governador. A disputa foi marcada por ataques entre os dois e também de Lídice da Mata (PCdoB) e Luiz Pedro Irujo (PRN), que foram candidatos no mesmo pleito.
Apesar da campanha acirrada, ACM conseguiu ser eleito governador, com 50,71% dos votos. Roberto Santos ficou com 32,20%.
A vitória do carlismo também foi assegurada na disputa pelo Senado, com a eleição de Josaphat Marinho.
Após a vitória, o carlismo permaneceu no governo do Estado até 2006, quando Paulo Souto foi derrotado por Jaques Wagner (PT).