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O ano é 1994. O sucesso do Plano Real impulsionou o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que foi alçado a candidato a presidente da República. Na Bahia, entretanto, o PSDB, seu partido, acompanhou a candidatura do hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em 1992, o PSDB contrariou as expectativas e elegeu Lídice do Mata, a primeira e única mulher prefeita de Salvador. Na época ainda no campo de centro-esquerda, os tucanos eram opositores ao chamado Carlismo, grupo político comandando pelo então governador Antônio Carlos Magalhães, do extinto PFL.
Com a aliança fechada entre FHC o PFL baiano, o PSDB da Bahia preferiu declarar apoio a candidatura de Lula; foi o único estado em que os tucanos apoiaram o petista no pleito.
O PSDB lançou o deputado e ex-ministro Jutahy Magalhães para o governo, com o apoio dos petistas na Bahia. A coligação Frente Bahia Popular reuniu PSDB, PSB, PT, PPS, PCdoB e PV.
“Essa é uma aliança prejudicial ao país. Os programas são incompatíveis. O liberalismo e a social democracia são incompatíveis em qualquer parte do mundo. É um desrespeito ao eleitor dos dois partidos, que deveria ter o direito de votar nos programas dos partidos”, disse Jutahy sobre a aliança entre o PSDB e o PFL.
Uma matéria da Folha de S. Paulo na época detalhou a aliança. Jutahy teve à sua disposição toda a militância petista no estado, em um período que o PT já crescia no e se consolidava, com cerca de 30 mil militantes.
Até mesmo o deputado federal João Leão, que também era deputado no mesmo período pelo PSDB, atuou na campanha e emprestou um trio elétrico para um comício do petista em Xique-Xique. O PSDB ainda ajudou colocando dois aviões para uso do candidato do PT durante a campanha.
A aliança não obteve sucesso nas urnas. Jutahy obteve 14,13% dos votos no primeiro turno, perdendo para Paulo Souto (PFL) e João Durval (PMN), que foram ao segundo turno. Na eleição presidencial, Fernando Henrique, eleito no primeiro turno, venceu Lula na Bahia.
Essa foi a única coligação formal entre PT e PSDB na Bahia. Nos anos seguintes, uma parcela tucana chegou a declarar apoio aos petistas, mas o partido se distanciou. A última vez em que os dois estiveram publicamente juntos foi em 2006, na vitória de Jaques Wagner, em que o PSDB apoiou informalmente a campanha do candidato eleito.
