A decisão das emissoras de televisão de cancelarem os debates previstos entre os candidatos às prefeituras das grandes cidades do país, incluindo Salvador, ainda é alvo de debates e comentários.
Depois de alguns candidatos reclamarem da decisão, que foi tomada com a justificativa de que as emissoras não poderiam garantir a total proteção do risco de contaminação do novo coronavírus, Neto, que além de prefeito de Salvador, também é presidente nacional do DEM, se posicionou sobre o assunto. Segundo o atual prefeito, o modelo dos debates é “engessado e chato”, e disse que poderia ser repensado.
“Acho que tem dois erros no Brasil em relação a debates: o primeiro é essa obrigação de não sei quantos candidatos participarem dos debates, acaba que não leva ninguém a lugar nenhum. Quando você tem 12 ou 14 candidatos, rende muito pouco. Segunda coisa; no Brasil, existe um modelo tão engessado de debate que é chato assistir”, disse o prefeito, que ainda continuou.
“Quando são dois, não. Um contra o outro é legal, é outra emoção. Você extrai ali, mas no Brasil é uma chatice, fica aquela coisa chata, com o tempo para perguntar e para responder. Então, nada contra e nem a favor de quem está fazendo ou não, mas acredito que esse modelo tem que ser repensado. Honestamente, quem ganha é o eleitor. Mas isso compete a cada emissora ou veículo de comunicação decidir”, concluiu o prefeito, que também comentou sobre os motivos alegados pelas emissoras para a não realização dos eventos.
“Cada emissora tem o direito de fazer a análise e a conveniência de realizar ou não. Não há nenhuma lei no Brasil que obriga nenhum veículo de comunicação de realizar debate, não existe isso. É de acordo com a análise de cada emissora, de cada veículo. Por exemplo: tem jornal e site que fazem sabatinas, tem outros que não fazem. Existe uma coisa chamada coronavírus, que está aí, e que é fundamental que todos os cuidados sejam tomados em relação a ele, e pelo o que vi, as emissoras que decidiram cancelar os debates, foram em função, sobretudo, de afastar um risco maior de contágio e contaminação”, afirmou Neto.