O embate entre o presidente Jair Bolsonaro e a Rede Globo, que já dura dois anos, desde que o militar assumiu o Palácio do Planalto, ganhou um novo capítulo no último final de semana, quando o doleiro Dario Messer revelou ao MPF que repassava quantias entre 50 e 300 mil dólares para membros da família Marinho, dona da emissora.
Após a divulgação da delação pela revista Veja, o presidente e seus apoiadores foram às redes sociais questionar se a emissora iria abordar o tema em seus jornais do fim de semana. Por sua vez, a Globo apenas deu uma resposta sobre o tema durante o “Jornal Nacional” e a delação ficou de fora do “Fantástico”.
Outro episódio de atritos entre Bolsonaro e a Globo aconteceu em 2019, durante as comemorações dos 50 anos do “Jornal Nacional”, o presidente comentou o fato da emissora ter sido fundada em 1965 durante a ditadura militar.
“Olha só imprensa brasileira, vocês falam tanto em ditadura. Ela [ditadura] se prima, entre outras coisas, por fechamento de jornais, rádio e televisões. A TV Globo nasceu em 1965, é uma empresa então ditatorial”, disse à época.
As divergências entre o militar e a empresa começara durante a campanha eleitoral, quando ele, pela primeira vez relacionou Roberto Marinho à ditadura. Essa guerra, no entanto, ainda não dá sinais de trégua.