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Foto: Divulgação/Secom

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) tem intensificado, nas últimas semanas, os acenos para trazer o PSDB para a base governista. O partido, hoje tido como um dos principais aliados do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), já foi aliado do PT baiano e chegou a declarar publicamente apoio ao então governador Jaques Wagner.



Antes opositor ferrenho ao chamado ‘Carlismo’, como era conhecido o grupo político liderado pelo senador Antônio Carlos Magalhães (m.2007), o PSDB baiano seguiu nos anos 1990 a linha da social-democracia, mais próxima da centro-esquerda, principal pilar na fundação do partido. Em 1994, com a aproximação do candidato tucano à presidência da República, Fernando Henrique Cardoso, com o PFL, liderado por ACM, a legenda optou na Bahia por uma aliança com petistas. Jutahy Magalhães, até hoje visto como um dos principais nomes do partido no estado, foi candidato ao governo na ocasião com o apoio dos petistas.

Em matéria realizada pela Folha de São Paulo, em abril de 1994, Jutahy, ainda na condição de pré-candidato tucano ao governo, rechaçou qualquer chance de aliança com o Carlismo, e disse que a decisão era uma questão de “dignidade”. A mesma posição foi adotada pelo ex-governador e candidato ao Senado, Waldyr Pires, também filiado ao PSDB no período. Anos depois, Waldyr se filiaria ao PT.

“É uma questão de princípio e dignidade […] Quando fundamos o partido aqui, o Fernando Henrique fez um seminário e defendeu alianças com PT e PPS”, disparou Jutahy na época.

“As coisas na política se modificam, mas nem tanto. O nosso eleitor em geral sonhou que esse era um partido ético e diferenciado, que não queria fazer apenas acordos eleitorais”, completou na ocasião.
A coligação Frente Bahia Popular, formada por PSDB, PT, PSB, PPS e PV, encabeçada por Jutahy, ficou em terceiro lugar na eleição.

Apoio informal a Wagner em 2006

Em 2006, o PSDB não formou coligação, mas lançou o ex-prefeito de Salvador, Antônio Imbassahy, candidato ao Senado. O partido, entretanto, declarou apoio ao ex-ministro Jaques Wagner (PT) na disputa pelo governo contra o governador Paulo Souto (PFL), que acabou derrotado no primeiro turno pelo petista. Jutahy chegou a cobrar ao candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, hoje vice de Lula, mas na época adversário no segundo turno, apoio ao governo Wagner, caso fosse eleito presidente da República, sem olhar partido.

Em uma visita de Alckmin à Bahia, Jutahy fez um longo discurso que, segundo publicação da Folha de São Paulo, teria deixado o tucano constrangido.

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“Estamos muito felizes com a vitória de Jaques Wagner na Bahia, derrotamos o carlismo, essa força do atraso. Estou dizendo isso de forma pública, não para constrangê-lo […] Vou pedir duas coisas para você. A primeira é que ganhe as eleições. E a segunda é que assuma publicamente o compromisso de ajudar o governador eleito Jaques Wagner a fazer um ótimo governo”, afirmou.



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