Criado para ser um polo de resistência ao governo de Jair Bolsonaro e qualquer possível perseguição que ele pudesse comandar de dentro do Palácio do Planalto à população nordestina, o Consórcio do Nordeste pouco a pouco se desintegra.
As notícias nesta sexta-feira (07) de que o Governo de Alagoas entrou na Justiça contra o Consórcio para reaver R$ 4,4 milhões perdidos em uma compra de respiradores e do calote levado pelo Governo do Maranhão de meio milhão de reais também na mesma compra, mostram que não existe mais a mesma união entre os governadores do bloco.
Ao todo, três compras de respiradores, feitas com diferentes empresas, já são alvos de inquéritos do Ministério Público Federal (MPF).
Uma delas, referente ao negócio feito junto à Hempcare, empresa que não tinha qualquer experiência na venda de respiradores, conta ainda com o auxílio da Polícia Federal e do Ministério Público da Bahia (MP-BA) nas investigações.
Desde que os negócios tentados pelo Consórcio foram frustrados pela aparente falta de habilidade dos seus gestores, nenhuma outra compra de respiradores tentou ser feita pelo bloco. Os Estados passaram a agir sozinhos e também contaram com o auxílio do Governo Federal, que enviou centenas de ventiladores mecânicos à região na pandemia.
Vale lembrar que dois governadores do Consórcio do Nordeste são apontados como possíveis presidenciáveis em 2022: Rui Costa (PT), da Bahia, e Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão. Apesar disso, somente Rui estava colhendo os louros na mídia por presidir o Consórcio.