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O cantor e ex-deputado federal Igor Kannário pulou o muro, deixou o União Brasil e se filiou ao PSB, de olho nas eleições municipais de outubro, rompendo a aliança de mais de uma década com ACM Neto (União Brasil). O rompimento é apenas mais um na trajetória do ex-prefeito de Salvador nos últimos anos.
Prefeito da capital baiana entre 2013 e 2020, Neto perdeu, logo após sair da Prefeitura, dois dos principais soldados do seu exército político. A primeira grande perda ocorreu em 2021, durante a reforma ministerial promovida pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na tentativa de se manter no poder e ter governabilidade, Bolsonaro, com quem Neto manteve uma complexa relação, abriu ministérios para o chamado ‘centrão’. Com a reforma, o deputado federal João Roma, na época no Republicanos, foi convocado para assumir o Ministério da Cidadania. Roma, que foi eleito em 2018 com o apoio pessoal de Neto, contrariou o ‘padrinho’, que não queria um nome próximo dentro do governo.
ACM Neto chegou a falar publicamente da sua insatisfação com a ida do aliado para o ministério. Após o episódio, os dois políticos passaram a atuar em lados opostos e Roma se tornou o principal nome do bolsonarismo na Bahia.
Os dois se reencontraram nas eleições de 2022, quando ambos foram candidatos ao governo. A campanha foi marcada por ataques, inclusive pessoais, entre os dois. No segundo turno, o ex-ministro declarou voto a Neto, mas não se reaproximou.
Outro nome que abandonou o barco de Neto, já em 2022, foi Geraldo Júnior. Na época presidente da Câmara Municipal de Salvador e considerado um dos principais nomes do grupo na capital, Geraldo rompeu ao marchar com o MDB para a base do então governador Rui Costa (PT) e ser escolhido como vice na chapa encabeçada por Jerônimo Rodrigues (PT).
Kannário esquece ACM Neto e se filia a partido da base do PT na Bahia
Geraldo, que foi cotado para migrar para o União Brasil e disputar a Câmara dos Deputados, foi eleito vice-governador junto com Jerônimo, derrotando Neto e atuando para levar outros alidos de longa data.
Com o resultado do primeiro turno, com a vitória de Jerônimo praticamente certa, alguns nomes do grupo de Neto resolveram deixar o grupo. A justificativa foi a falta de apoio e a postura ‘individualista’ do candidato ao governo.
Nomes como David Rios, Héber Santana e Joceval Rodrigues, figuras carimbadas no bloco liderado por Neto, mudaram de lado durante o segundo turno e apoiaram Jerônimo. O movimento também foi feito por prefeitos e lideranças que apoiaram o candidato do União Brasil.
Kannário foi eleito deputado federal em 2018 pelo extinto PHS, mas migrou para o Democratas, hoje União Brasil. Na tentativa de reeleição, em 2022, o parlamentar acabou derrotado. Ele deve ser candidato a vereador de Salvador em outubro.