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Paulo Maneira – Jornalista e Estrategista Político
As eleições de 2026 prometem movimentar intensamente o mercado de marketing político brasileiro. Totalizando 6 disputas em todos os estados e Distrito Federa: para presidente da República, governadores, deputados estaduais (distrital) e federais e a renovação de dois terços do Senado, o país se prepara para uma das campanhas mais amplas e complexas da história recente. A dimensão dessa eleição deve gerar uma verdadeira onda de oportunidades para profissionais da comunicação, da publicidade e do marketing digital, consolidando o setor como um dos mais dinâmicos do cenário nacional.
Um dos principais fatores que impulsionam essa transformação é a descentralização do mercado. Hoje, a atuação de profissionais de comunicação política não depende mais de presença física em grandes capitais ou nos comitês de campanha. Com o avanço das ferramentas digitais e de monitoramento, é possível planejar, executar e acompanhar ações eleitorais em qualquer estado do país. Essa realidade abriu espaço para uma rede nacional de talentos, que conecta estrategistas, redatores, designers, gestores de tráfego e analistas de dados, todos atuando de forma integrada e remota.
Outro movimento importante é a consolidação dos profissionais autônomos e freelancers. Se antes era comum, para diversos profissionais, precisar deixar um emprego fixo para trabalhar em campanha, hoje a lógica é outra. A nova economia criativa permite que esses profissionais escolham projetos por temporada, equilibrando liberdade, flexibilidade e especialização. Esse formato ampliou o número de talentos disponíveis e elevou o nível de profissionalismo das campanhas, que agora contam com especialistas de nicho, contratados de acordo com suas habilidades e resultados.
Uma outra tendência que deve marcar as eleições de 2026 é o avanço do marketing nichado. As campanhas entenderam que não é mais possível falar com todos de forma genérica. É preciso segmentar, compreender as dores e aspirações de cada público e construir narrativas específicas. Nesse novo contexto, profissionais especializados em comunicação com determinados grupos, como geração Z, evangélicos, idosos, empreendedores, mulheres ou comunidades periféricas, tornam-se peças fundamentais. A capacidade de dialogar com precisão e sensibilidade com cada segmento do eleitorado será um dos grandes diferenciais competitivos do próximo ciclo eleitoral.
Ao mesmo tempo, muitas campanhas não precisarão de grandes estruturas, e sim de treinamento, preparo e acompanhamento das equipes já existentes. Esse novo modelo, mais leve e estratégico, abre espaço para o trabalho de consultorias políticas, que orientam, supervisionam e potencializam os times locais. Assim, profissionais experientes poderão atuar em um número maior de campanhas simultaneamente, compartilhando metodologias, supervisionando resultados e ajudando equipes regionais a atingirem alto desempenho. É um modelo de inteligência aplicada, que prioriza estratégia e eficiência em vez de volume e improviso.
Enquanto isso, diversas campanhas já começaram a ser planejadas, mesmo com mais de um ano de antecedência. Equipes estão testando linguagens, aplicando pesquisas qualitativas e fortalecendo perfis digitais de candidatos. Essa antecipação mostra que o marketing político deixou de ser uma corrida de última hora para se tornar um processo contínuo de posicionamento e construção de autoridade. Em 2026, vencerá quem souber unir dados, estratégia e criatividade, e quem entender que a comunicação política é, antes de tudo, uma construção de confiança ao longo do tempo.
O Brasil vive uma fase de transição no modo de fazer política, e o marketing será o principal vetor dessa mudança. As campanhas do próximo ciclo eleitoral serão mais colaborativas, segmentadas e inteligentes, com espaço para quem dominar tanto o jogo político quanto o comportamento digital. Em um país cada vez mais conectado, a eleição de 2026 não será apenas a maior em número de candidatos, será também a mais sofisticada em estratégia, tecnologia e inovação.
