Foto: Paula Fróes / GOVBA

O secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, afirmou que o sistema de saúde da Bahia vem sofrendo com o crescimento do número de casos do coronavírus. Ele declarou que os hospitais estão mais cheios do que no comaço da pandemia.



“Estamos com números que remontam ao início da pandemia. Essa elevação era previsível, estávamos enxergando diariamente uma flexibilização fora de controle em todo o país, com festas, carreatas. A população não se mobilizou”, disse em entrevista à TV Bahia, nesta segunda-feira (30).

Vilas-Boas afirmou ainda que os leitos de UTI estão ainda mais cheios por conta do retorno das atividades econômicas.

“O sistema de saúde está duplamente pressionado pela volta da quase normalidade que as pessoas estão encarando. Estamos mais pressionados do que no começo do ano. Estamos em plena pandemia, a coisa não acabou, de forma alguma. Estamos vivendo uma retomada clara de tudo e temos uma elevação do número de casos, de pessoas internadas em todas as regiões do estado, e de forma mais grave do que ocorreu no começo. E estamos vendo a necessidade de UTI aumentando tanto para covid, quanto para casos como doenças de infarto, AVC, acidentes, o que aumenta essa sobrecarga”.

Ainda segundo o secretário, o crescimento do número de casos na Bahia tem ligação com as aglomerações causadas durante carreatas e comícios políticos durante as eleições municipais deste ano.

“Esses fenômenos pré-eleitorais foram responsáveis por alavancar esse aumento de casos em todo o país, como no Paraná, Espírito Santo, Rio de Janeiro. Aqui na Bahia, tem duas semanas que estamos enfrentando aumentos sucessivos no número de casos ativos, de notificação e de testagens pelo Lacen”, disse.

Por fim, Vilas-Boas alertou que, possivelmente, ocorrerá um crescimento no número de óbitos pela covid-19 em dezembro. “Embora não tenhamos até esse momento uma elevação na taxa de letalidade por covid, é possível que isso venha a acontecer nas próximas semanas, porque a covid é uma doença que não mata nos primeiros dias. Quando ela mata, geralmente isso ocorre em um mês, então é possível que a gente veja sim, um aumento no número de mortos”.





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