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A estratégia de puxar a vereadora e pré-candidata a prefeita de Lauro de Freitas, Débora Regis, para o União Brasil, reforça a fama que o ex-prefeito de Salvador tem de destruir partidos políticos aliados.
Maior cidade da Região Metropolitana de Salvador (RMS), Lauro de Freitas é vista como crucial para ACM Neto e o União Brasil. Para isso, o vice-presidente nacional da legenda puxou o nome considerado favorito do PDT, que não gostou a postura. Não é a primeira vez que Neto freia o possível crescimento de um partido do seu entorno.
Para fazer seu sucessor, ACM Neto retirou o hoje prefeito Bruno Reis do MDB, e trouxe para o DEM. No período em que esteve na base de Neto, a legenda passou por uma fase ‘vermelha’, sem sequer eleger deputados federais e com uma bancada menor na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).
Em 2022, durante o processo de escolha dos nomes que fariam parte da chapa para disputar o governo da Bahia, ACM Neto foi apontado como ‘individualista’, já que montou o bloco apenas com nomes seu interesse. O Republicanos, aliado de longa data, conseguiu o posto de vice, mas não teve o direito de indicar um nome, já que Ana Coelho, a escolhida, foi bancada exclusivamente por Neto, que filiou a empresária no partido.
A forma em que se deu o processo reforçou a tese de Neto ‘mata’ nomes fortes ou com potencial crescimento para se manter como única liderança. Para bancar Ana Coelho, Neto abriu mão de Marcelo Nilo, que se filiou ao Republicanos e rompeu com o então governador Rui Costa (PT) com esperanças de ocupar o espaço.
Renegado na vice e na vaga de senador, que acabou no colo de Cacá Leão (PP), Nilo teve que se contentar com uma candidatura à reeleição na Câmara dos Deputados. Sem apoio dos prefeitos que tinha no arco de alianças e abatido, o ex-presidente da Assembleia Legislativa (Alba) por uma década, que chegou a se tornar uma das principais lideranças políticas do estado, acabou não sendo reeleito.
Outro aliado de longa data, o PSDB também encolheu por conta das escolhas de Neto. O empresário e ex-prefeito de Mata de São João, João Gualberto, visto por tucanos como o nome ideal para a vice, foi cotado até o limite legal, mas também foi preterido pelo candidato.
O ex-deputado federal Ronaldo Carletto, hoje presidente do Avante, também foi deixado de lado na montagem da chapa. Na época no PP, o empresário apontado como um dos homen mais influentes da Bahia ficou apenas com a suplência do Senado.
A postura de Neto foi apontada em entrevista recente do senador Jaques Wagner (PT), na Rádio Metrópole. O petista sugeriu que nenhum partido do grupo liderado pelo ex-prefeito consegue crescer.