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Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

Apesar de não ocupar nenhum ministério no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o senador Jaques Wagner (PT) é considerado hoje peça fundamental no Palácio do Planalto. A análise feita por jornalistas do canal GloboNews confirma que o petista é o braço direito do presidente da República no atual mandato.



Conhecido pelo perfil articulador e dado ao diálogo com políticos de diferentes campos, o líder do governo no Senado tem atuado para manter na Casa um cenário completamente diferente do encontrado na Câmara dos Deputados, onde o presidente tem tido dificuldades para montar uma base sólida e aprovar matérias importantes para os primeiros meses de mandato. Wagner também foi um dos principais nomes na conturbada transição do governo Jair Bolsonaro (PL) para o governo Lula.

Na fase de transição, inclusive, Wagner foi escalado para apagar o incêndio causado com o impasse na PEC da Transição, que daria ao novo governo um cenário melhor para colocar em prática as primeiras medidas fora do chamado teto de gastos, como o Bolsa Família. Quando a PEC empacou no Senado, foi o petista que entrou em campo para destravar a pauta. Na época, o jornal Folha de São Paulo destacou que Wagner tinha um bom trânsito com partidos de centro e também da base de Bolsonaro, o que foi crucial para costurar o acordo a aprovar o texto.

Por conta do perfil moderado, de fácil conversa e articulador, Wagner foi cotado de imediato para o ocupar a Casa Civil do governo Lula, cargo já exercido durante o governo Dilma Rousseff (PT). Nomes próximos ao senador, entretanto, afirmaram que o petista não estava seduzido com a ideia de compor o govero dentro da Esplanada dos Ministérios. Em seguida, seu nome passou a ser ventilado para o Meio Ambiente, pasta sob grande expectativa de quem assumiria por causa dos retrocesso ambiental apontado durante o governo Bolsonaro. Na época, pessoas próximas a Wagner negaram qualquer interesse dele assumir o cargo.

Lula, porém, contrariou todos os diagnósticos e escalou Wagner para liderar o governo no Senado. O entendimento de nomes ligados ao presidente e ao senador, em conversas reservadas com o Política ao Vivo na época do anúncio, é de que o presidente saberia que, diante do cenário de base pouco sólida e excessivamente conservadora, fruto da passagem de Bolsonaro pelo poder, de alguem capaz de fazer a ponte entre os diferentes grupos que ocupavam o Senado.

Jaques Wagner é a pessoa em Brasília que Lula mais ouve, crava âncora da Globo News

Wagner também é apontado como o principal conselheiro de Lula em tomadas importantes de decisão, mesmo não sendo ministro. A confiança no senador é algo externado com frequência pelo próprio presidente, que chegou a fazer um movimento para que o aliado fosse seu substituto na disputa presidencial de 2018, antes da escolha por Fernando Haddad (PT).

Nos últimos dias, Wagner foi procurado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como revela Bela Megale em sua coluna no jornal O Globo, em um aeroporto. De acordo com a publicação, o encontro foi rápido e com queixas do militar.



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