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Foto: Secom / Prefeitura

Fevereiro de 2003. A revista ISTOÉ revela, na sua edição 1741, um esquema de grampo telefônico montado pelo então senador Antônio Carlos Magalhães (ACM) dentro da Secretaria de Segurança Pública da Bahia para ter acesso aos telefonemas e contatos de seus adversários e desafetos políticos. Entre as vítimas, nomes conhecidos como o na época petista Nelson Pelegrino, hoje conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), e ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB). O escândalo, que estourou como uma bomba, repercutiu em todo o país.



Além de Pelegrino e Geddel, outros nomes também foram alvos do grampo, como o ex-deputado federal Benito Gama. Antes disso, ACM já havia se envolvido no escândalo da violação do painel eletrônico no Senado, que lhe rendeu uma renúncia, revertida com uma nova vitória em 2002. Todo o esquema, que também respingou em Antônio Carlos Magalhães Júnior, suplente que virou senador com a renúncia do pai, de acordo com a ISTOÉ, rendeu ao ex-deputado federal e hoje ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), o apelido de ‘Grampinho’.
O esquema ainda contou com a atuação de um ex-assessor técnico da SSP-BA, e do ex-vice-diretor da Central de Comunicações da mesma pasta. Os funcionários citados foram denunciados pelo Ministério Público Federal em 2008, quando ACM já havia morrido. Desde o escândalo, ACM Neto, que não é citado como envolvido no caso, se tornou ‘Grampinho’ para os adversários e inimigos.

Na última quinta-feira (11), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante visita a Salvador, voltou a se referir a Neto com o apelido pejorativo: “Eu vim pra cá Jerônimo tinha 3% e o Grampinho quase 80% [das intenções de voto]. O que aconteceu é que o homem que estava com 3% ganhou do homem que estava com 65% dos votos. E eu devo à Bahia muita gratidão, não só por isso, mas porque em todas as eleições na Bahia eu ganhei no primeiro turno”, disparou o presidente.

Em 2020, na época sem os direitos políticos, Lula usou o mesmo apelido para se referir a ACM Neto durante uma entrevista. “Como o PT governa o Piauí e ganhou as eleições? A Bahia, o Ceará? Lá [na Bahia] tem de todo mundo. Só não tá o grampinho na Bahia, no [cerco de alianças do] PT. O PT tem aliança ampla até demais. Acontece que nós temos que levar sempre em conta a realidade local”, disse.

Na última semana, nas redes sociais, ACM Neto também foi chamado pelo nome nada agradável ao fazer uma publicação em homenagem ao Dia do Trabalhador. “Sai daí grampinho, você e sua galera sempre fizeram tudo contra o trabalhador. Deixou Salvador como a capital do desemprego e do trabalhador informal”, escreveu o seguidor.
Os alvos dos grampos foram indenizados pela TIM, herdeira da Maxxitel, operadora de telefonia.



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