Na contramão do secretário de Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas, que criticou a Pfizer por não fornecer doses da vacina contra a Covid-19 para a Bahia, o secretário municipal de Saúde, Leo Prates, saiu em defesa da farmacêutica. Assim como o governador Rui Costa (PT), Prates afirmou que houve recusa do Governo Federal em adquirir os imunizantes.
“Minha visão é mais próxima do governador. Também procuramos [Município] comprar. A Pfizer não tem culpa nesse momento, porque foi oferecida 80 milhões de doses em agosto pelo governo federal, que é o responsável pela compra dos imunizantes segundo o plano de imunização. E ele não quis. Não estou fazendo crítica, estou estabelecendo os fatos. Não cabe a mim fazer o julgamento”, disse Prates, em evento da Prefeitura, manhã desta quinta (21).
Mais cedo, Vilas-Boas acusou a Pfizer de negar doses da vacina para a Bahia depois de usar da “boa fé” de voluntários baianos. “Investimos na montagem de uma rede de ultracongeladores e, agora, nos informam que venderam tudo pra outros países”, disse.
Quando a Pfizer iniciou a fase de testes na Bahia, em novembro de 2020, não havia acordo entre o Estado com a empresa para garantir a adesão e comercialização de doses da vacina no país. Entretanto, o governador Rui Costa (PT) teve encontros oficiais com representantes da farmacêutica, sem fechar um acordo.
Depois da eficácia comprovada e do início de venda para outros países, a Pfizer chegou a dar um aviso ao Brasil para decidir se iria ou não comprar doses da vacina. Na oportunidade, mais de 30 países fecharam acordo com a farmacêutica. Entre eles estão Estados Unidos, Reino Unido, Japão e União Europeia. Na América Latina, Chile e Peru também fecharam acordo com a empresa.