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Próximo ao marco de 365 dias do início da pandemia do novo coronavírus no Brasil, estudantes das redes estaduais de ensino ainda enfrentam incertezas no país. Enquanto no Ceará o ano letivo de 2021 foi iniciado, apesar de todas as dificuldades, em fevereiro deste ano, na Bahia as aulas foram interrompidas em março do ano passado e só retornarão no próximo dia 15.

Para identificar as principais medidas e disparidades entre as redes estaduais de ensino do país, o Política ao Vivo fez um levantamento com as secretarias estaduais de Educação. Responderam à apuração a pasta do Distrito Federal e dos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Sergipe, Amazonas, Pará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.



Entre os estados que participaram do levantamento, apenas a Bahia ainda não concluiu o ano letivo de 2020. Até a semana passada não havia previsão para a retomada das aulas, que foram interrompidas em março de 2020. Desde lá, os alunos contaram apenas com atividades extracurriculares – ou seja, que não eram válidas para o ano letivo – na modalidade remota.

Na última terça-feira (23), no entanto, o governador Rui Costa anunciou que a volta das aulas deve acontecer em 15 de março. Depois de uma espera de quase um ano, os alunos terão aulas remotas – o que já acontece em muitos estados desde o primeiro semestre do ano passado – e vão concluir dois anos letivos juntos, 2020 e 2021.

A Bahia é o único estado do levantamento que adotou a medida de unir os períodos. Nas escolas da rede estadual de Goiás, o ano letivo de 2021 começou em janeiro. Já no Ceará, Maranhão, Amazonas, Pará, Rio de Janeiro e São Paulo, as aulas começaram em fevereiro. Em março começará o ano letivo de 2021 no Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Alagoas, Sergipe e Distrito Federal.

A união dos dois anos letivos na Bahia foi necessária justamente porque não houve aula na modalidade remota durante esse quase um ano de pandemia. O que acabou conferindo ao estado o último lugar no ranking brasileiro de educação pública a distância durante a pandemia, segundo pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas.

De acordo com o relatório, que diz respeito ao intervalo entre março e outubro de 2020, a Bahia tirou nota zero porque não apresentou plano algum de aulas durante esse período. A média nacional foi de 2,38 e o líder no ranking foi a Paraíba, com nota 6,03. A pesquisa levou em consideração a cobertura e a demora na implementação dos programas.

O Distrito Federal também se destacou no ranking de educação a distância, ficando em segundo lugar. Na rede de ensino da capital do país, já no início da pandemia, em 12 de março, os alunos começaram a utilizar plataformas digitais e ter teleaulas em três emissoras diferentes. Além disso, estudantes e professores receberam internet patrocinada para acessar as plataformas de qualquer dispositivo móvel. Pais e responsáveis poderiam também buscar material impresso na escola.

De forma semelhante aconteceram as aulas em Alagoas, Ceará, Sergipe, Amazonas, São Paulo, Paraná, Maranhão e Pará. Esses dois últimos estados chegaram a distribuir respectivamente 90 mil e 106 mil chips com 20GB de franquia de dados para os alunos concluintes do Ensino Médio.

Até o fechamento da reportagem, não responderam aos questionamentos do levantamento Política ao Vivo as secretarias de Educação do Acre, Amapá, Espírito Santo, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins.





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