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Foto: Assessoria / Maria Marighella

A vereadora soteropolitana Maria Marighella (PT) condenou, nesta segunda-feira (20), o tratamento oferecido por uma parte das chamadas comunidades terapêuticas, denunciadas pelo Fantástico no domingo (20), por maus tratos. Entres as denúncias, estão castigos físicos, racionamento de comida, segregação e repressão sexual, além de doutrinação religiosa.



A vereadora de Salvador destaca como central a discussão sobre o financiamento público dessas comunidades de privação de liberdade e a redução de recursos destinados à Saúde, especialmente à Rede de Atendimento Psicossocial – cuidados e Redução de Danos- apontando para a contramão das diretrizes da política de drogas no Brasil.

“Em 74, Nise da Silveira já denunciava e combatia as técnicas agressivas no tratamento de pessoas com doenças mentais. Em lugar desses métodos, ela preconizava um tratamento baseado na arte e revolucionou a luta antimanicomial. Proselitismo religioso e tratamento manicomial só trazem dor e sofrimento. Não aceitaremos aqui na Bahia esse tratamento que nega a ciência e alimenta a LGBTQIAP+ fobia”, afirma a edil.

“As alternativas de tratamento são muitas, a exemplo do programa Corra pro Abraço, na Bahia, que aponta para um outro caminho. O programa garante a cidadania e os direitos de pessoas em contextos de vulnerabilidade social devido à criminalização das drogas,  aproximando seus beneficiários das políticas públicas existentes e entendendo que o estigma e as desigualdades interferem em suas capacidades de busca, acesso e acolhimento pelos serviços públicos, mas precisa de incentivo financeiro e priorização do Estado”, completa.

A vice-líder do PT na Câmara criticou os repasses milionários feitos pelo então ministro da Cidadania e atual pré-candidato ao governo da Bahia, João Roma (PL), às entidades. Comunidades terapêuticas de orientação cristã receberam quase 70% dos recursos enviados pelo Ministério da Cidadania. Dos R$ 150,5 milhões de repasses a 487 instituições contratadas para oferecer tratamento aos usuários de drogas no Brasil, pelo menos R$ 41 milhões foram para CTs notoriamente evangélicas.

“As comunidades terapêuticas estão no centro da política nacional de guerra às drogas do governo Bolsonaro . É urgente agir fiscalizando tanto nas formalidades dos contratos quanto nos conceitos e tratamentos daqueles e daquelas que estão em sofrimento mental”, afirma.



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Resumo das Políticas

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