Há menos de dois meses no cargo, o novo Ministro das Comunicações, Fábio Faria, está articulando uma aproximação entre o presidente Jair Bolsonaro e a família Marinho, dona da TV Globo.
Faria se encontrou em particular há dez dias com João Roberto Marinho, vice-presidente do Grupo Globo. A reunião, além de uma conversa sobre o setor de radiodifusão, teve um tom de aproximação e pacificação.
Na semana passada, a nomeação de Maximiliano Martinhão para a secretaria de Radiodifusão foi considerada como uma forma de atender a um pedido da Globo. Martinhão é funcionário público de carreira da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e foi secretário de Telecomunicações no governo Dilma Rousseff (PT).
Executivos da Globo negam que a nomeação tenha sido conversada no encontro entre João Roberto Marinho e Fábio Faria. Entretanto, a decisão foi aprovada. Martinhão é um “técnico” que conhece as dores do setor. Sua indicação foi bancada pelo ex-ministro Gilberto Kassab, também do PSD.
Outros assuntos de interesse da Globo foram discutidos. Entre as pautas estão o leilão das frequências de 5G (que têm consequências sobre as antenas parabólicas) e a medida provisória 984, que dá aos clubes de futebol mandantes o direito de negociar as transmissões de seus jogos, o que gerou uma crise entre a emissora e o Flamengo. A MP ainda não foi aprovada no Congresso e tende a caducar. Algo que também está na mira da emissora a renovação de suas concessões, em 2022, ameaçada por Bolsonaro.
Fábio Farias é casado com a apresentadora Patrícia Abravanel, filha de Silvio Santos. O novo ministro é bem visto por todas as emissoras de TV até agora. Ele vem demonstrando interesse em levar adiante as reivindicações do setor, o que agrada à Globo.