As pesquisas de intenção de voto divulgadas no ano passado que colocaram o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), na liderança da corrida ao Governo do Estado, bem à frente do atual governador Rui Costa (PT), nem de longe refletem o verdadeiro cenário e até o mundo mineral sabe disso. Neto também sabe. O ano de 2018 vai ser difícil para o demista e o caminho até o Palácio de Ondina é bem mais espinhoso do que o projetado publicamente por seus aliados.
A única certeza até o momento é que Neto deixará a Prefeitura neste ano, mas trata-se de uma ilha em meio a um oceano de dúvidas. A candidatura ao posto de governador ainda é o cenário mais provável, mas há quem aposte, por exemplo, em uma “mudança” nos planos do gestor, que poderia optar pelo Senado para fortalecer seu projeto político. Uma candidatura à Presidência também não é descartada – inclusive pelos caciques do DEM.
O fato é que se realmente tentar disputar o Governo contra Rui, Neto terá uma verdadeira guerra pela frente, contra um adversário surpreendentemente forte, que ainda tem a seu favor um bom marketing, a presença do ex-governador Jaques Wagner em seu palanque e principalmente as realizações feitas pela sua gestão em Salvador, onde o demista espera ter uma boa quantidade de votos, mas ainda sim uma cidade que corresponde a cerca de 20% do eleitorado baiano.
O levantamento divulgado pelo site G1, que coloca o petista como governador que mais cumpriu promessas em todo o país, é o retrato fiel do que o neto de ACM terá pela frente. Se perder, ficará sem mandato político, algo que jamais cogitou arriscar desde que entrou para a política, e perderá os holofotes até pelo menos 2020. Um risco imenso para quem sonha com voos tão altos.
Uma coisa é certa: ACM Neto não larga na frente na corrida ao governo e terá o maior e mais difícil desafio de sua carreira política. Qualquer leitura diferente desta, feita por aliados ou adversários, é ilusão, despreparo ou desespero.