A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, argumentou, ao pedir a abertura de um inquérito para investigar a participação do deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) na ocultação dos R$ 51 milhões encontrados em um apartamento ligado a Geddel Vieira Lima, que, “mais do que indícios, há prova”.
Lúcio disse, nesta quarta-feira (18), quando retornou pela primeira vez a Câmara Federal, que “tem certeza que não vão achar nada”, e por ser irmão de Geddel “é que dá importância para o episódio”.
“A instauração de inquérito criminal pressupõe indícios mínimos de materialidade e autoria de fato definido como crime. No caso concreto, mais do que indícios, há prova da materialidade delitiva do crime de ocultação de mais de cinquenta milhões de reais ‘o – dinheiro decorrente de propina, ao que apontam as investigações – escondidos em malas naquele apartamento de Salvador”, escreveu Dodge no inquérito.
Raquel Dodge aponta três episódios para justificar a investigação. Um deles é depoimento do proprietário usado por Geddel, Sílvio Antônio Cabral da Silveira, que confirmou ter emprestado o apartamento a Lúcio em 2016 e ter entregue a chave ele. O outro é uma fatura bancária em nome da empregada doméstica do deputado, Marinalva Teixeira de Jesus. Por fim, foram encontradas impressões digitais de seu assessor no imóvel. “O Laudo de Perícia Papiloscópica nº 156/2017 é categórico na identificação de dois fragmentos de digitais pertencentes a ele”, destacou Dodge.