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Fotos: Flickr/Ronaldo Caiado/Antonio Queirós/Câmara Municipal
A vereadora Marta Rodrigues criticou, nesta quarta-feira (23), o pouco caso do prefeito Bruno Reis diante dos dados do IBGE, que colocam Salvador como a capital brasileira com os piores passeios urbanos e a 2ª menor arborização do país. Para a parlamentar, os dados evidenciam uma cidade cada vez mais hostil aos seus moradores, em especial aos mais pobres, enquanto a gestão municipal atua para vender terrenos públicos e áreas verdes a aliados, desrespeitando o direito coletivo ao espaço urbano.
Marta Rodrigues alertou ainda para o início das chuvas de Outono, que ano após ano causam riscos e transtornos para a cidade como deslizamentos e alagamentos. “Enquanto isso o prefeito concreta e impermeabiliza a cidade, se recusa a revisar o PDDU, fundamental para definir os rumos de uma cidade ambientalmente responsável, com acessibilidade, mobilidade urbana, arborização e com urbanismo que beneficie a população”, disse.
Segundo ela, Bruno Reis trata a cidade como um negócio de família, impondo um modelo que agrava o calor urbano, destrói calçadas e avança sobre áreas verdes, sem apresentar nenhuma política ambiental efetiva. “O projeto de cidade do prefeito impermeabiliza Salvador e agrava os efeitos da emergência climática. É concreto para os seus, e sofrimento para o povo”, criticou.
Conforme a vereadora, o cenário atual é reflexo da falta de um planejamento urbano sustentável e de uma crise estrutural nas políticas públicas do município. “Enquanto o prefeito entrega obras para carros, como o BRT e seus viadutos, e aumenta tarifa de ônibus, a cidade continua abandonada para quem anda a pé, para os idosos, para as mães com carrinho de bebê, para as pessoas com deficiência. Sem falar que são as mulheres as que mais andam a pé na cidade e tem dificuldades com transporte público”, destacou.
Marta ainda destacou que a recusa do prefeito em revisar o PDDU revela uma estratégia clara. “Ele sabe que atualizar o plano limitaria a venda de terrenos e o avanço sobre áreas verdes. Prefere deixar passar a boiada, beneficiando o mercado imobiliário em vez de construir uma Salvador mais justa e sustentável”, pontuou.
Em relação à situação das calçadas, outro ponto crítico apontado pelo IBGE, a vereadora lembrou que a lei determina a corresponsabilidade entre o poder público e os proprietários. “Mas cadê a campanha da prefeitura para resolver isso? Cadê o incentivo, o diálogo, o apoio técnico? Não existe, porque calçada e sombra de árvore não rendem lucro — por isso não entram no radar dessa gestão”, finalizou.