Esperado para ocupar o lugar do tradicional trem do subúrbio, o Veículo Leve de Transporte do Subúrbio (VLT) é fruto de uma Parceria Público-Privada (PPP) entre o Governo do Estado e o consórcio Skyrail Bahia, formado pelas empresas BYD Brasil e Metrogreen
Segundo informações encontradas no site da Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Sedur), o monotrilho, que tem expectativa de atender 150 mil usuários por dias, deve ter suas obras concluídas até maio de 2022. Para o início da construção, o sistema ferroviário que liga Paripe até a Calçada será desativado no dia 15 de fevereiro, deixando cerca de 300 funcionários desempregados, além de impactar na mobilidade local, que perderá um meio de locomoção acessível (R$ 0,50).
De acordo com a Sedur, a primeira fase da obra, que ligará uma parte da Calçada até a Rua União, no Bairro da Paz, contará com seis paradas e terá uma extensão de 4,6 km. A expectativa era que fosse entregue em abril de 2021.
No dia 23 de setembro de 2020, no entanto, o titular da Sedur, Nelson Pelegrino, afirmou que as obras do novo transporte deveriam ser iniciadas, no pior cenário, em janeiro deste ano. A Secretaria prevê um gasto total de 1,5 bilhão para a conclusão da obra.
Moradores e organizações de proteção ambiental são contra a instalação do monotrilho, alegando impactos ambientais e prejuízo histórico com a retirada do trem. Residente de Periperi, Roquenilda é professora, gestora social e usuária do atual transporte, também é contrária ao projeto do VLT e diz que isso poderá atrapalhar quem vive à beira mar e utiliza o trem pela facilidade.
“Essas pessoas usam trem com muita facilidade porque os ônibus não atendem bem à população, deixando com dificuldade o translado delas. Pessoas que moram bem próximo ao entorno do trem têm dificuldade de chegar até a pista principal para fazer essa locomação, para médico, trabalho, para tudo. O trem é uma forma mais rápida e tem como chegar um determinado local e pegar um outro transporte. As pessoas de baixa renda usam o trem para transporte de seus produtos, como o pescado; eles trazem seus produtos para negociar. […] Se tirarem o trem, não sei o que será dessas pessoas”, disse ao Política ao Vivo.
“A história já está feita, então as pessoas conhecem o que está escrito. Mas, as pessoas mais jovens não poderão ver, porque esse transporte que eles querem colocar, são colunas que serão construídas, interferindo em toda área embaixo, onde pessoas que moram vão sair, vão quebrar suas histórias naquela região. As pessoas estão preocupadas com o pagamento (para a remoção das casas da região)”, concluiu a professora.