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Racha sem fim, insatisfação dos bolsonaristas e críticas públicas: é esse o clima do Partido Liberal (PL) baiano sob o controle do ex-ministro da Cidadania, João Roma. A condução do político na sigla tem deixado a cúpula do bolsonarismo na Bahia de cabelo em pé, segundo apurado pelo Política ao Vivo.
Bolsonarista ‘fabricado’ para cede o palanque do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022, Roma assumiu o controle da legenda logo após o resultado geral da eleição. Nas urnas, João Roma teve o desempenho esperado, já que dividiu votos com ACM Neto (União Brasil), mas foi menos votado do que Raíssa Soares, sua companheira de chapa para o Senado.
Raíssa, por sinal, era a favorita do bolsonarismo raiz para disputar o governo. Defensora do tratamento precoce da Covid-19 e dos valores conservadores da direita, a médica era tida como a representante ideal para concorrer à sucessão estadual. Seu nome também era visto como um potencial puxador de votos para a Câmara dos Deputados.
Em entrevista ao Política ao Vivo, na segunda-feira (10), Geraldo, marido de Raíssa, reclamou publicamente da condução do partido por Roma, e disse enxergar um movimento de isolamento da sua esposa dentro da legenda. Antes disso, a própria Raíssa já havia feito críticas públicas a Roma em entrevistas.
Fuga do bolsonarismo e aliança com Jerônimo
Das quatro cadeiras conquistadas pelo PL na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), apenas duas são ocupadas por bolsonaristas raiz. Raimundinho da JR, vice-líder do governo na Casa, e Vitor Azevedo, braço direito de Roma, ‘desvirtuaram’ os valores defendidos com unhas e dentes pelo partido, enquanto Diego Castro e Leandro de Jesus continuam agarrados às bandeiras de Bolsonaro. A forma que Roma tratou a adesão de metade da bancada ao governo Jerônimo também desagradou o PL, que acusa o ex-ministro de vender a sigla para fazer política de ‘toma lá, dá cá’.
Em Salvador, Roma também tem ditado a regra, e apesar de afirmar que deve ser candidato a prefeito em 2024, não tem descartado uma aliança com Bruno Reis (União Brasil), que busca a reeleição. O movimento tem sido encarado como uma estratégia pessoal de Roma para conquistar espaço na gestão municipal.
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Caso Roma aborte uma candidatura do PL para apoiar Bruno, o partido pode sofrer consequências na disputa pelas cadeiras na Câmara Municipal, acreditam os bolsonaristas. Sem um puxador de votos pro Executivo, a tendência é que os eleitores votem em candidatos de outras legendas para o Legislativo.