Foto: Elói Correia / Secom

Um relatório da Polícia Federal aponta indícios de que o estado da Bahia pode ter pago o dobro do valor de mercado pelos respiradores usados no combate ao novo coronavírus.



Uma perícia realizada pela PF aponta irregularidades na compra de respiradores no Pará, estado governado por Helder Barbalho (MDB), o que acendeu o sinal para as compras feitas nos estados do nordeste, inclusive a Bahia.

O preço que consta no contrato de compra é incompatível ao valor dos aparelhos na época da compra. A aquisição dos equipamentos para o tratamento da Covid-19 se tornou alvo de questionamentos e investigações em vários estados, inclusive na Bahia.

Segundo relatório da PF, que levou em consideração 48 processos de compra e um total de 22.485 unidades de equipamentos similares aos adquiridos pelo governo do Pará, o preço médio aferido, dentro do escopo da pesquisa realizada, é de R$ 67.522,99 (sessenta e sete mil, quinhentos e vinte e dois reais e noventa centavos).

O Ministério Público Federal, que abriu um inquérito para apurar a compra de respiradores pelo Consórcio do Nordeste, em conjunto com o Ministério Público da Bahia (MP-BA), no mês de junho, diz que o valor unitário pago por cada respirador pelo Consórcio foi de R$ 129,4 mil – bem mais do que aponta o relatório da PF como preço médio.

Foram adquiridos 60 aparelhos com a empresa chinesa Asano Eletronics Co. Limited, no valor total de R$ 7,8 milhões.

Em maio, um levantamento feito pela CNN Brasil constatou que, enquanto alguns estados pagavam valores baixos pelos aparelhos, outros pagavam preços acima, justificando que uma série de fatores determinava a alta, como marca ou qualidade do produto, garantia de manutenção dos produtos prevista em contrato e bateria para caso de queda energia.

Ainda em maio, informações que circularam nas redes sociais e nos grupos de Whatsapp apontavam que a Bahia havia pago acima do valor global pelos equipamentos. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) chegou a divulgar uma nota na época, a fim de desmentir as informações. Mas, o comunicado não especificava quanto foi gasto.

“É falsa a informação que circula nas redes sociais e no aplicativo WhatsApp que o Governo da Bahia superfaturou ou comprou os equipamentos a preço superior à média do mercado global. “O valor médio das compras realizadas pelo Governo do Estado foi, até este momento, de U$ 18 mil dólares, quando a moeda estrangeira tinha cotação inferior a R$ 5”, dizia a nota, desmentindo que o valor unitário pago seria de R$ 160 mil.





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