Foto: Reprodução/Redes Sociais

O governador Rui Costa culpou as construções irregulares pelos alagamentos que desabrigaram dezenas de famílias depois do temporal na madrugada desta terça-feira (3) em Irecê. A delegacia da cidade e o Hospital Regional Dr. Mário Dourado Sobrinho também ficaram alagados.



“Eu não posso reclamar da chuva. Nós temos um estado em que dois terços do território estão no semiárido. Este ano, graças a Deus, choveu mais do que a média dos últimos dez anos. Isso é bom, não é ruim, e resolve o abastecimento de água. O problema é quando a chuva cai de uma vez num lugar específico. Então essa madrugada  caiu 222 milímetros em apenas uma 1 hora na cidade de Irecê. Aí os problemas, que não são momentâneos, são estruturais, aparecem. Quando você começa a olhar como a cidade foi construída. Ou, ao longo de décadas, como ela foi crescendo”, disse Rui em coletiva no Centro Administrativo da Bahia.

Rui Costa disse que o ser humano esquece que, a cada 30 anos, uma chuva desse porte pode atingir o semiárido baiano, e que, nesse intervalo, os prefeitos acabam permitindo construções em áreas indevidas.

“A água tem um curso natural dentro de um território, historicamente. Então, o problema dessas enchentes ocorre quando o ser humano ocupou o curso que era natural da água. Como a  chuva no semiárido acontece a cada 30 anos… uma chuva dessa em Irecê não acontecia há 36 anos. O ser humano esquece, durante 30 anos, que pode vir uma chuva daquela e começa a ocupar área que são áreas baixas, que são o caminho da água. E, ao longo de muitas décadas, de um, de dois, de três prefeitos, ao invés de, na lei municipal, proibir a ocupação dessas áreas, que são o curso natural da água”, acrescentou o chefe do Executivo estadual.

Para evitar futuros episódios desse tipo, Rui Costa disse que necessário um “investimento milionário” em obra de macrodrenagem.

“Leva dez anos, não chove, o cara pede para construir. O prefeito vai dizer: ‘Ah, por causa da chuva, não vou permitir’. Mas acaba permitindo. Quando vem, a chuva alaga, não tem jeito. Aí termina você tendo que fazer um investimento milionário para consertar o erro da ocupação do solo. Então lá temos que fazer o problema de macrodenagem gigantesco pra poder resolver o problema da ocupação, porque a ocupação foi utilizada no curso da água. Teremos que  construir grandes galerias para resolver esse problema de chuva que acontece a cada 20 anos a cada 30 anos.”





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