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Agressões, xingamentos, assédio moral e ameaças. É esse o ambiente que servidoras mulheres que trabalham na Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ) de Salvador enfrentam diariamente. O caso já chegou ao conhecimento da secretária da pasta, Fernanda Lordelo, e à Ouvidoria do Município.
Um servidor com as iniciais A.M, chefe de setor da secretaria, foi acusado por pelo menos cinco servidoras de praticar assédio moral grave contra funcionárias há mais de um ano, sem que nenhuma providência efetiva tenha sido tomada.
De acordo com a denúncia, formalizada na Ouvidoria do Município, ele frequentemente humilha e ofende as servidoras, utilizando palavras depreciativas como “lixo” e mantendo uma postura abusiva dentro do ambiente de trabalho. “Em certa ocasião, ele agrediu a funcionária S., jogando papeis em cima”, diz uma das denúncias formalizadas.
“O pior? A secretária Fernanda Lordelo sabe de tudo e simplesmente protege o agressor. Ao invés de punir, ela afastou e transferiu as vítimas”, afirma o relato enviado ao Política ao Vivo. Em uma das denúncias, uma vítima diz que ouviu da secretária a seguinte sugestão: “Grite com ele também”.
A impunidade se mantém mesmo após registros formais na ouvidoria da Prefeitura de Salvador. A reportagem teve acesso a pelo menos seis solicitações, todas relatando as práticas abusivas do servidor. “O gestor me humilhava, dizia que a diferença entre ele e eu era que ele era um servidor e eu simplesmente era um nada”, diz outra denúncia.
Pelo menos três servidoras passaram a fazer acompanhamento médico psiquiátrico em função das agressões realizadas por A.M.
Em nota enviada ao Política ao Vivo, a Secretaria de Política para Mulheres, Infância e Juventude informou que “a situação já está sendo apurada por meio de sindicância instaurada” e o “servidor concursado envolvido será chamado a prestar esclarecimentos, de modo a garantir o contraditório e a ampla defesa, dentro dos parâmetros legais”.
“Além disso, conforme regimento interno da SPMJ (Decreto nº 32.201/2020), o chefe imediato do acusado tomou conhecimento da denúncia e prontamente se manifestou pela instauração do procedimento investigativo (Portaria nº 03/2025), garantindo celeridade e transparência na apuração dos fatos. Importante ressaltar inclusive que a denúncia foi formalizada em dezembro de 2024 de modo que todos os atos administrativos de apuração foram imediatamente instaurados”, completa a nota.