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Foto: Reprodução / Youtube

Recém saído do comando da Prefeitura de Salvador, ACM Neto perdeu rapidamente seu posto de líder absoluto da oposição ao governador Rui Costa (PT).



Após tentar amenizar o discurso contra Rui durante a pandemia, Neto teve que assistir a ascensão de nomes como o vereador Alexandre Aleluia, que se tornou a principal dor de cabeça para o governo petista, e de seu ex-aliado João Roma, agora seu adversário político, que passaram a ser considerados os líderes da oposição pelo alinhamento ao presidente Jair Bolsonaro. A atuação de ambos, principalmente do primeiro, deu cacife para que possam disputar o governo do estado no próximo ano, o que deve atrapalhar as claras ambições políticas do democrata.

Até mesmo o deputado estadual Paulo Câmara (PSDB) tem tido uma atuação mais combativa nos últimos tempos, cobrando explicações sobre a compra fracassada de respiradores até hoje não explicada. Assim como Paulo, deputados como Capitão Alden e Talita Oliveira também têm se destacado na cobrança ao governador petista. Outro nome que tem se colocado como forte opositor é de Rui é Colbert Martins (MDB), prefeito de Feira de Santana, segunda maior cidade do estado.

Tentando recuperar o espaço perdido, ACM Neto passou a adotar um discurso mais agressivo contra o governo do PT na Bahia. Além de suas viagens estratégicas pelo interior do estado, Neto agora tem atacado pontos dos governos Wagner e Rui e criado polêmicas, que alimentam o embate com o outro lado.

Na última semana, Neto criticou, não só uma vez, a educação da Bahia, considerada uma das piores do país.

“Esse é o maior exemplo do fracasso e descaso do PT, que demonstra não ter compromisso com o futuro dos baianos”, disse a uma rádio de Camaçari. Logo depois, Neto publicou um vídeo em seu Instagram onde fazia críticas ainda mais duras ao desempenho petista na área da educação, gerando reações do governador Rui Costa, que rebateu as acusações.

Ainda na tentativa de se tornar novamente a principal voz da oposição e turbinar sua candidatura ao governo em 2022, Neto atacou o novo reajuste no ICMS sobre combustíveis no estado. Entretanto, a declaração veio um pouco depois do deputado estadual Paulo Câmara se pronunciar e ser rebatido pelo governo baiano (veja aqui). Mesmo assim, a fala de Neto repercutiu e gerou novamente uma resposta de aliados de Rui, como o deputado estadual Robinson Almeida, que acusou Neto de ter “raiz bolsonarista”.

Para enfrentar o senador Jaques Wagner na eleição para o governo da Bahia, Neto precisará antes recuperar de uma vez o seu espaço como candidato e também enfrentar os nomes citados acima, agora também gabaritados para concorrer à sucessão de Rui e ainda contando com o apoio turbinado do presidente Jair Bolsonaro, de quem ACM Neto tenta de distanciar a todo custo, mesmo sabendo do risco de enfraquecimento político que corre



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