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A União Geral dos Trabalhadores da Bahia (UGT-BA) se posicionou, nesta segunda-feira (6), contra a proposta do ministro dos Transportes, Renan Filho, de acabar com a obrigatoriedade da formação em autoescolas para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Segundo a entidade, “a medida representa um “retrocesso social grave e uma ameaça direta a mais de 300 mil empregos formais, além de “uma tragédia anunciada para a segurança no trânsito”.



O presidente da UGT-BA, Marcelo Carvalho, foi enfático ao classificar a proposta como “irresponsável” e “motivada por interesses que ainda precisam ser esclarecidos”. “É inadmissível que um ministro de Estado defenda publicamente o fim das autoescolas, uma categoria que emprega diretamente mais de 300 mil trabalhadores e sustenta cerca de 1,2 milhão de famílias em todo o país. Essa medida não apenas ameaça empregos, mas coloca em risco a vida de milhares de brasileiros nas ruas e estradas. Com autoescola já morrem 30 mil pessoas por ano no trânsito, imagine sem qualquer formação obrigatória. É um verdadeiro atentado à vida, ao emprego e à ordem pública”, disparou.

A proposta, que vem sendo tratada por setores do governo federal como uma flexibilização, é, na visão da UGT, um passo perigoso rumo à precarização total das relações de trabalho. A entidade denuncia ainda uma possível movimentação empresarial por trás da tentativa de desregulamentação da categoria.

“Quem está por trás desse ataque aos trabalhadores das autoescolas? Qual setor empresarial está pressionando para substituir trabalhadores com carteira assinada, com direitos garantidos por convenção coletiva, por vínculos temporários e sem proteção alguma?”, questionou o dirigente sindical.

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Autoescola da Bahia e secretária nacional da UGT para os Trabalhadores em Autoescola, Cíntia Samara, também cobrou responsabilidade do governo federal.

“Essa tentativa de acabar com as autoescolas é uma violência contra uma categoria essencial para a sociedade. Não se trata apenas de proteger empregos, mas de garantir que quem vai dirigir nas ruas saiba conduzir um veículo com segurança, respeitando vidas. É uma irresponsabilidade absurda que um ministro proponha isso em nome de um suposto apelo popular, quando na prática está agindo a serviço da precarização e do lucro fácil de quem quer explorar trabalhadores sem nenhum direito”, declarou Cíntia.

A UGT e os sindicatos da categoria prometem ampla mobilização nacional contra a medida e pedem ao governo federal que se posicione formalmente sobre a proposta. Para os sindicalistas, é preciso colocar um ponto final em tentativas de desmonte institucional travestidas de “modernização”.

“O país precisa de mais emprego, mais segurança no trânsito, mais qualificação e não de mais precarização. Nós sabemos de que lado o governo federal está. Está ao lado dos trabalhadores. Mas, de forma bastante clara, parece que seu ministro age, inclusive, contrário aos interesses do próprio governo”, concluiu Marcelo Carvalho.



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Resumo das Políticas

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