em Bahia, Salvador

Política ao Vivo. Siga a gente no Instagram: @politicaaovivo

Foto: Joilson César / Política ao Vivo

Cássio Moreira

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), voltou a defender, nesta sexta-feira (30), que existem condições para o retorno das aulas semipresenciais, que devem iniciar na próxima segunda (3).



Bruno justifica o início da imunização de professores, que tomaram a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus para a volta às aulas esta semana. Mas, existe segurança para quem?

Salas de aulas não são compostas apenas de professores, que ainda sequer estão totalmente imunizados, uma vez que não tomaram a segunda dose das vacinas. Salas de aulas possuem alunos, eles são a razão da existência das escolas.

Mesmo seguindo todos os protocolos dentro das escolas, como já vem sendo dito desde o início da pandemia, os alunos realmente estarão seguros em uma sala de aula, ainda que em dias alternados? A resposta é complexa, mas é quase certeza de que eles estarão vulneráveis em algum momento.

Esses alunos têm vida fora das escolas, famílias, que nem sempre obedecem ou podem obedecer aos ritos de proteção. Os pais, irmãos, parentes próximos trabalham, circulam pelas ruas, vão ao mercado. Situações essas que, por menos que sejam frequentes pelas medidas de restrição, acabam acontecendo.

Nesta semana, a Prefeitura adotou o discurso de pânico de que, caso todas as solicitações da APLB Sindicato sejam atendidas, as aulas só retornariam no final do ano, alegando prejuízos sociais, como o agravamento das desigualdades e a evasão escolar. São problemas já previstos e discutidos em 2020 e que certamente serão acentuados.

Mas, culpar os professores pela precarização do ensino no Brasil, uma das principais feridas do país há décadas, é tentar se isentar da responsabilidade histórica dos poderes públicos. São problemas que existiam antes do mundo virar de cabeça para baixo e muitas vezes foram deixados de lado para a priorização de estratégias que pudessem render melhor resultado eleitoral.

A APLB mantém, até o momento, a posição de não voltar às aulas na segunda (3) e promete uma paralisação. Do outro lado, Bruno e Marcelo Oliveira, secretário de Educação de Salvador, batem o pé e confirmam.

Para os alunos e demais interessados nesse embate, resta aguardar as cenas do próximo capítulo.





Deixe sua opinião