Política ao Vivo. Siga a gente no Instagram: @politicaaovivo

Fotos: Divulgação / PT / Divulgação / Agência Brasil

Faltando pouco mais do que 10 meses para as eleições que definirão o sucessor de Rui Costa (PT) no cargo de governador da Bahia pelos próximos 4 anos, os principais candidatos apresentados até o momento ao pleito começam a traçar estratégias para a campanha.



Uma delas envolve as coligações partidárias que cada um apresentará e, consequentemente, o tempo que elas garantirão aos políticos na propaganda diária gratuita de TV e rádio, uma das grandes armas em uma eleição. Jaques Wagner (PT), ACM Neto (DEM/UB) e João Roma (Republicanos) são os nomes mais fortes apresentados até o momento.

O Política ao Vivo fez um levantamento com base no tempo de televisão que cada partido teve direito nas eleições de 2020 – números que não devem mudar, uma vez que a base de cálculo são as eleições de 2018. O estudo foi feito pelo advogado Ademir Ismerim, do escritório Ismerim & Advogados Associados, para o site Bahia Notícias no ano passado.

Também foi levada em consideração a Resolução 23.610/2019, que aplicou novas regras às campanhas desde as eleições municipais, na qual são considerados apenas os seis maiores tempos dos partidos em coligação. O restante do tempo é dividido igualmente entre os candidatos.

A reportagem ainda contou com diferentes possibilidades de aliança entre partidos – as já consolidadas e as possíveis, como por exemplo a presença do MDB na coligação de Jaques Wagner.

O senador, que é o pré-candidato do PT, pode alcançar 3 minutos e 42 segundos segundos de propaganda na TV e rádio, em um total de 10 minutos – sem levar em consideração o tempo adicional que será dividido entre todos os candidatos. Dentro do bloco, constaria o PT, que fez a maior bancada da Câmara dos Deputados em 2018 e tem o maior tempo de televisão (58,6s), seguido pelo PP (41,8s), PSD (38,64s), MDB (37,60s), PSB (35,48s) e Podemos (13,39s). Ainda faria parte desta coligação o PCdoB, o Avante, o Patriota e o PTC.

Sem o MDB, Wagner teria, no mínimo, 3 minutos e 20 segundos de tempo de TV – neste caso, o tempo do PCdoB (12,34s) seria levado em conta, uma vez que o partido seria o sexto maior da coligação.

Em relação à candidatura de ACM Neto, as principais dúvidas apontam para a presença de MDB e Republicanos na sua coligação, uma vez que o PL deve abrigar o candidato do presidente Jair Bolsonaro – até agora, João Roma. Em um cenário difícil de se concretizar, se, além do União Brasil (88s), Neto reunir MDB (37,60s), Republicanos (33,38s), PSDB (32,33s), PDT (31,28s) e Solidariedade (15,50s) como as seis maiores legendas, ele somaria no total de 4 minutos de televisão e rádio, contra 3 minutos e 20 segundos de Jaques Wagner. Com o PL no grupo, o ex-prefeito de Salvador teria 15 segundos a mais, ou uma vantagem de 1 minuto para o petista diariamente.

Em um cenário mais realista, sem MDB e Republicanos, que diante do crescimento de Roma já não garante apoio ao ex-gestor soteropolitano, Neto ficaria com somente 3 minutos e 7 segundos contra 3 minutos e 42 segundos de Wagner (contando com o MDB). Os seis maiores partidos da coligação de ACM Neto, neste caso, seriam União Brasil, PSDB, PDT, Solidariedade, PSC e Cidadania.

Já o ministro da Cidadania, João Roma teria o menor tempo de televisão entre os três principais postulantes ao governo. Dividido entre Republicanos, seu atual partido, e o PL, nova casa de Bolsonaro, Roma teve dois cenários explorados pela reportagem. No primeiro, onde ele estaria no PL (36,53) e contaria com o apoio do PTB (12,34), sigla convertida ao bolsonarismo, mas sem o Republicanos (33,38), que pode apoiar ACM Neto, o ministro teria apenas 48 segundos de televisão. Considerando um apoio do Republicanos, Roma alcançaria 1 minuto e 22 segundos (82,25) de televisão. Assim, Roma, que já tem pontuado baixo nas pesquisas de intenção de voto, também ficaria atrás de Neto e Wagner no tempo de televisão, em ambos os cenários. No caso de Roma, nao haveria corte dos partidos com menor tempo de TV na coligação.

O Política ao Vivo se baseou nas declarações e conversas sobre as alianças políticas para 2022. Todos os cenários estipulados estão sujeitos a mudanças até a homologação das coligações, em agosto de 2022.



Deixe sua opinião