Foto: Manu Dias/ GOVBA
Os desdobramentos da presença do líder da bancada de oposição, Sidninho (Podemos), no palanque do prefeito ACM Neto (DEM), em evento na Mata Escura esta semana, é apenas mais um dos episódios que deixa exposta a falta de união entre o governador Rui Costa e alguns partidos que fazem parte da sua base.
O Política ao Vivo selecionou alguns momentos em que a base de Rui mostrou não ser tão unida assim:
Racha na escolha do líder na CMS
Em dezembro de 2018, na escolha de Sidninho como líder da oposição na Câmara Municipal de Salvador gerou descontentamento de alguns vereadores do bloco. Até mesmo Trindade, que era filiado ao Podemos, discordou da decisão e saiu da legenda.
Por conta da escolha de Sidninho, alguns vereadores criaram um bloco de oposição independente na CMS, liderado por Sílvio Humberto (PSB).
Detran e o Podemos
Partido de Sidninho, protagonista do último desentendimento entre os aliados de Rui, o Podemos já esteve no centro de outra polêmica com o governador. O partido havia ficado com o comando do Departamento de Trânsito da Bahia (Detran-BA).
Mas, em fevereiro de 2019, o governador promoveu mudanças nas pastas do estado e retirou Lúcio Gomes da direção do órgão. Bacelar, presidente estadual da sigla e deputado federal, tentou minimizar a situação, mas membros do Podemos começaram a acusar Rui de jogar o partido para escanteio.
Em junho, na tentativa de acalmar os ânimos, Rui deu o controle da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB) para Maurício Bacelar, irmão de João Bacelar.
PSB de lado
Logo nos primeiros meses de 2019, o PSB, também aliado de Rui, percebeu que estava ficando para escanteio após a perda de espaço na gestão estadual.
Apesar da deputada federal Lídice da Mata dizer que a sigla não estava negociando cargos em troca de apoio, ficava clara a insatisfação da legenda com o tratamento recebido por parte do governador.
Críticas de Sidninho
Antes de aparecer ao lado do prefeito ACM Neto (DEM), Sidninho (Podemos) criticou o governador e relatou a dificuldade que encontrava para marcar audiências com Rui, em dezembro do ano passado.
“Não existe líder que não dialoga com o grupo”, chegou a declarar o vereador durante uma entrevista.
A queixa não foi só de Sidninho
A reclamação não foi só do vereador do Podemos. Na mesma época, deputados estaduais da base de Rui reclamaram da falta de atenção do governador com o grupo e, também relataram dificuldade para abrir conversas com ele.
Odorico Tavares
A recente polêmica envolvendo o fechamento do colégio estadual Odorico Tavares e a venda do terreno, colocou figuras como o professor e vereador Sílvio Humberto, do PSB, e a deputada estadual e pré-candidata à prefeitura de Salvador pelo PCdoB, Olívia Santana, do lado oposto do governador Rui Costa.
Na ocasião, Olívia acabou sendo a única parlamentar da base do governo a votar contra a autorização da venda.
Reforma da Previdência
Outro momento no ano de 2020 em que Rui acabou colecionando desafetos dentro de sua base. A vereadora Aladilce Souza, do PCdoB, se posicionou publicamente contra o governador e a reforma da Previdência promovida pelo executivo estadual. A edil, inclusive, chegou a participar de manifestações contra a aprovação do texto e declarou que Rui estava se comportando de maneira autoritária, ao tentar impor a reforma em discutir com as categorias envolvidas. Olívia se absteve da votação.
Queda de braço entre PSD e PP
No caso, apesar de não ser público, PSD e PP, os dois principais partidos da base governista, disputam protagonismo dentro do governo.
O PP é o partido vice-governador, João Leão, que já mostrou estar disposto a ser candidato ao governo do estado em 2022. O PSD é o partidos dos senadores Angelo Coronel e Otto Alencar, que já foi governador do estado e também é tido como um bom quadro dentro da sigla para disputar a sucessão de Rui.
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