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Foto: Divulgação

Longe do grupo político governista desde março de 2022, quando seguiu a decisão do PP e do então vice-governador João Leão em apoiar ACM Neto (União Brasil), o prefeito de Jequié, Zé Cocá, tem ensaiado um retorno para a base, e já deixou a porta aberta para a possibilidade. O gestor, entretanto, deve enfrentar dificuldades.



Antes de romper, Zé Cocá era tido como um dos principais nomes da base aliada, chegando a ser cotado como vice da chapa encabeçada pelo PT na disputa pelo governo, quando o pré-candidato ainda era o senador Jaques Wagner (PT). Após o rompimento, o prefeito passou a ser visto como traidor.

Em 2020, quando ainda era deputado estadual, Zé contou com o apoio total do então governador Rui Costa (PT) e de Aline Peixoto, na época primeira-dama, na eleição para a prefeitura de Jequié. O empenho do casal é visto como crucial para a vitória de Cocá. Com o fim da aliança, Zé Cocá e Rui passaram a trocar farpas públicas, e o prefeito passou a ser visto como ingrato.

“Aqui não se trata de política. Isso não é política. Isso é humanidade. Isso é respeito ao ser humano. Como é que alguém pode se dizer que é amigo de outro e deixar a pessoa em pé em uma barraca, mentindo, dizendo que eu só recebo fulano ou beltrano? E eu sei saber”, chegou a disparar Rui em um evento durante a campanha do ano passado.

No mesmo período, a vice de Zé Cocá, Poliana Leandro, do PT, compareceu a uma agenda de Rui no município, e falou em lealdade. “Lealdade é um presente muito caro para cobrar de pessoas sem valor. Lealdade é o que a gente está mostrando hoje aqui, a um governo que tanto trabalha por Jequié e que ainda vai fazer muito mais. Muito obrigada, governador”.

Do outro lado, Zé Cocá também partiu para o ataque contra Rui e o grupo governista, e disse que não foi cumprido o acordo para que João Leão assumisse o governo. “Antes de ser gestor de Jequié, eu era Progressistas. E tenho muita gratidão por João Leão, que sempre este disponível. Em um ano meio, Cacá leão fez mais que o governo por Jequié. Deputado nenhum coloca R$ 50 milhões em um município. Então, no momento da quebra de braço, tinha que ficar com o meu partido. Eu ainda disse para Rui Costa que foram muito desleais com João Leão, todo acordo é feito para ser cumprido”, frisou o prefeito.

Aliado de Zé Cocá, o deputado estadual Hassam aderiu rapidamente ao governo Jerônimo Rodrigues, assim como toda a bancada pepista na Assembleia Legislativa (Alba). Questionado recentemente sobre um retorno para a base, o prefeito não descartou.

“A minha relação com o governo Jerônimo Rodrigues (PT) é institucional hoje. Afinal, sou prefeito de uma das maiores cidades da Bahia. Mas uma reaproximação política com o governo e com o PT vai depender do PP. Se houver uma decisão partidária nesse sentido eu acatarei”, disse.

Quem vive situação parecida é o prefeito de Seabra, Fábio Lago Sul, que também rompeu com o grupo governista. Além dele, Ricardo Mascarenhas (PP), prefeito de Itaberaba enfrenta o mesmo cenário, com um rompimento brusco para apoiar ACM Neto (União Brasil). Aliado de primeira hora do grupo governista, o senador Otto Alencar (PSD) chegou a criticar duramente a postura de Mascarenhas com relação ao hospital do município, que será gerido pelo governo do Estado.

“Ele colocou política dentro do processo de abertura do hospital. Foram 10 meses [de hospital fechado], prefeito. Não foram seis meses não. Você [Ricardo Mascarenhas] está mentindo. Você é mentiroso. O governador me convidou para participar da inauguração que você iria participar também , quando você era aliado. Desde março que o hospital está pronto”, disparou Otto Alencar.



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