O vereador Carlos Muniz (Podemos) confirmou com exclusividade para a Tribuna que vai mesmo deixar o Podemos. “Não vou continuar. Eu vou sair do Podemos. Isso aí é um fato real”, cravou. Especula-se no meio político que o edil brigou com o deputado João Carlos Bacelar e que deve declarar apoio, no início de dezembro, ao prefeito ACM Neto.
Muniz afirma que já iniciou conversas com outra legenda, mas prefere não revelar qual. “Tenho conversado com um partido e vou conversar com vários. No futuro, até março, vou tomar uma decisão”. Ele justifica a decisão por, segundo palavras dele, “incompatibilidade com o presidente”: “Ele tem os projetos pessoais e eu acho que partido tem que ter projetos coletivos e não individuais”.
Questionado pela Tribuna, ele negou que tenha brigado com Bacelar. “Numa conversa, ele tomou a decisão e disse que iria me expulsar. Eu falei que poderia expulsar, não teria problema nenhum”. O jornal, então, insistiu na tese da briga – já que houve a ameaça de expulsão. “Não houve briga, teve uma conversa e na conversa ele disse que iria me expulsar. Falei que era até melhor para que eu não tivesse problemas no futuro”, rebateu novamente.
O vereador prefere não dar detalhes sobre o motivo da ameaça de expulsão, mas disse que Bacelar “só pensa em eleição”. “Eu já falei a você: incompatibilidade com ele. Ele tem um pensamento e eu tenho outro dentro do partido. Ele tem o pensamento de a eleição dele ser mais importante do que qualquer coisa dentro do partido. Eu acho que o partido tem que fazer o coletivo e não o individual. Não só pensar na campanha e na pré-campanha dele”, dispara
“O partido tem que fazer vários deputados estaduais e eu não estou vendo o partido fazer bancada para isso. Não estou vendo o partido ter interesse em fazer bancada estadual. Você vê que o partido iniciou com três deputados e hoje só tem dois. É sinal que há alguma coisa de errado. E nem por isso ele se importa. Continua agindo da mesma forma. Vejo que ele não tem interesse em fazer partido coletivamente, tem interesse em fazer individual”, completou.
Sobre o apoio a Neto, Muniz nega que haja algum acerto e que não fala com Neto “há mais de 10 meses”, mas pondera: “A gente nunca pode dizer que dessa água não beberei, porque posso ir para uma fonte que estiver seca e precisar dessa fonte. Agora, neste momento, não existe essa hipótese”.
Henrique Brinco – Tribuna da Bahia