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Foto: Divulgação/PT

Aliados de longa data, PSD e PT entrarão em rota de colisão em diversos municípios baianos nas eleições de outubro. A dobradinha tradicional no âmbito estadual não será repetida em algumas cidades, já que as legendas possuem diferentes interesses.



Uma das principais cidades do estado, Ilhéus deve ser um dos grandes municípios que ambos os partidos terão candidatos. O atual prefeito, Marão (PSD), lançou o ex-secretário municipal Bento Lima (PSD) para a sucessão. Apesar de garantir o apoio do MDB, Bento não terá ao lado o PT.

Adélia Pinheiro, ex-secretária de Educação da Bahia, deixou o cargo em março e se filiou ao PT, já com o objetivo de disputar a prefeitura de Ilhéus. A petista, que já recebeu até o afago público do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), tem dado sinais de que não vai recuar da candidatura. O gesto de Rui, inclusive, foi visto como um movimento para assegurar a petista no pleito, mesmo com os acenos para que ela aceite ser vice de Bento.

Colada em Ilhéus, Itabuna vive um cenário ainda mais complicado. O atual prefeito, Augusto Castro (PSD), tenta quebrar a tradição na cidade e vai para a reeleição. Ex-prefeito, o petista Geraldo Simões bate o pé e mantém a pré-candiatura, mesmo com parte do PT se comprometendo em apoiar Augusto.

Geraldo tem como trunfos a popularidade e o potencial de votos, além do fato de ser o principal nome da legenda na cidade. Pesa a seu favor também a relação de amizade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de quem é compadre, o que barra o risco de ser limado pelos petistas, e o apoio do MDB, que tem ‘forçado a barra’ para emplacar sua candidatura.

Após se movimentar para tentar a prefeitura de Barreiras, o deputado estadual Eures Ribeiro (PSD) vai disputar novamente o comando de Bom Jesus da Lapa, cidade que já governou por oito anos. Para isso, Eures rompeu com o prefeito Fábio Nunes, apadrinhado por ele.

Para concorrer à reeleição, Fábio deixou o PSD, mas foi para o PT, onde conta com o apoio de nomes como o do senador Jaques Wagner (PT). Nos bastidores, foi ensaiada uma conciliação entre as siglas aliadas para contornar a situação, mas o o processo não teve sucesso. PSD e PT devem protagonizar a eleição na cidade.

A disputa PSD/PT deve se repetir em Dias D’Ávila, Região Metropolitana de Salvador (RMS), com Rose Requião (PSD) e a ex-prefeita Jussara (PT).

De olho no Executivo, Jussara assegurou sua pré-candidatura pelo PT, o que forçou a saída de Rose. Com o apoio do senador Otto Alencar, presidente do PSD, Rose migrou para a sigla e manteve o nome para a disputa. Além da disputa particular entre as duas, ainda há o prefeito Alberto Castro (PSDB), que pode tentar o segundo mandato.

Outra ex-prefeita que pode ‘bagunçar’ a união PSD/PT é Vera da Saúde, de Maragogipe. Para voltar ao comando do município, a ex-gestora conta com o apoio irrestrito do senador Otto Alencar e do PSD, seu partido. Os petistas, entretanto, apostam no também ex-prefeito Silvio Ataliba, que conta com aval do governo do Estado para tentar voltar ao poder.

O atual prefeito, Valnício Armede, também deve tentar a reeleição no meio da disputa entre os dois nomes governistas.

Diferente das cidades citadas, Santa Maria da Vitória conseguiu apaziguar a situação e PSD e PT entraram em consenso. Pré-candidato do PSD, Léo Visão teve que assegurar o apoio de Doutor Lino, até então pré-postulante do PT ao município, além de PV e PCdoB, que formam a federação Brasil da Esperança junto com os petistas.

O acordo foi fechado há duas semanas, após uma reunião do político com o governador Jerônimo Rodrigues (PT), que conseguiu resolver o impasse.

PT e PSD possuem uma aliança de mais de uma década no estado. Desde que foi fundado, o partido de Otto Alencar, que possui a maior quantidade de prefeituras na Bahia, sempre marchou ao lado do grupo governista, se tornando o principal aliado dos petistas.



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